sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vergonha de ser hetero?

Rodrigo Fisher, da JFH consultoria (sigla para Jackson, Fisher e Halliday), está preocupado. Ele, assim como outros amigos que também assim confessaram estar, está se sentindo oprimido. Não que lhes dê razão, mas entendo sua angustia, afinal, em breve eles deixarão de fazer parte de uma maioria. Se já não deixaram.

Quando pequenos, nossos eventos sociais são basicamente os escolares. E estes, em boa parte, são marcados por comemorações de dias em que oprimidos superaram opressores, ou simplesmente são homenageados. Temos como exemplos o dia do Índio, o dia da consciência negra, o dia da mulher etc.

Ontem descobri que foi criado o dia do homem! Sim, o dia do homem que, por sinal é hoje (15/07)! Mês passado, estavam discutindo na câmara dos deputados a criação, por lei, do Dia do Orgulho Hetero! Se fosse um cara dramático, estaria citando a personagem Hamlet, por meio de sua célebre frase: "Há algo de podre no Reino da Dinamarca!" (William Shakespeare, 1601).

Tudo isso indica o óbvio: os homens heterossexuais estão se tornando minoria. Particularmente, não vejo nada de errado com isso e até acho legal que as pessoas estejam assumindo suas verdadeiras opções. Mas tem gente que está com os nervos a flor da pele! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Estou rindo porque percebo a situação, não a das pessoas que estão se revelando, mas a das que estão receosas, como um enredo de comédia pastelão. Explico. Como tendo a pensar tudo de forma matemática, pra mim, teoricamente, quanto mais membros na irmandade do arco-íris, melhor! Afinal, sobra mais mulher (não exatamente pra mim, pois sou comprometido). Mas o fato é que quanto menos gente está interessada, mais o preço do produto cai (oferta e demanda, Economia Básica). Então, por que ficar "nóiado" com o aumento no número de goiabas se você ainda é uma banana?!

Mas alguns não vêem desta forma. E a mídia (sempre ela!) reforça o sentimento destes. Em alguns programas a “forçação de barra” é tão grande que, a galera começa a pensar (reproduzindo o comentário do nobre Eng. Fisher): "Me sinto reprimido por ser hetero!". Outra pérola que ele acabou de dizer aqui: "se aqui no nordeste, que é cheio de homem, tá desse jeito, que dirá na França!".

Pausa... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O problema, na visão deles, é que se você emite uma determinada opinião (como a de um ator que disse se recusar a fazer cenas com beijos homossexuais), você é taxado de homo-fóbico. Se você não gosta de ver casais homossexuais se beijando em área pública (coisa AINDA comum) você é taxado de homo-fóbico. Até bem pouco tempo atrás, muita gente não gostava de ver casais heterossexuais se beijando em público (eu mesmo fui vítima de tal "opinião"), pois achavam acintoso ou falta de respeito e nem por isso essas pessoas (geralmente mais velhas) eram taxadas disso ou daquilo outro.

A verdade é que a maioria das pessoas não é adepta de mudanças e isso se reflete principalmente quando uma pessoa que faz parte de um grupo majoritário, deixa de sê-lo. A repercussão deste fato passa a ser a opressão de suas idéias por meio da queda de sua representatividade na sociedade, em muitos casos.

Apesar de a democracia ser baseada no conflito de idéias, quando surge uma maioria real, vale dizer, que supere em uma proporção de 60/40 do total populacional estimado, esse conflito se torna um mero protocolo. Este passa a existir apenas por existir. Então, as idéias da minoria, apesar de ouvidas, são simplesmente descartadas e é isso que traz tanto receio a estas pessoas.

Contudo, o problema maior está na taxação que as pessoas tendem a fazer de quem externa suas idéias. E é isso que ocasiona problemas como opressão. A intolerância derivada da discordância é que faz com que as pessoas se sintam ameaçadas e não a mera opção dos outros por este ou aquele estilo de vida. Afinal, como diria o adágio, "o cú não é meu!" né mesmo?

terça-feira, 12 de julho de 2011

segunda em pleno domingo

Ultimamente tenho estado numa "seca" para ver filmes. Filmes "cult" (ou de arte, se preferirem) como Transformers 3, The Hangover 2, The Fast and The Furious 5 e outros. Então... como assim, não são de arte? É claro que são de arte! Pelo menos pra mim.

Enfim, o fato é que redescobri minha paixão pelo cinema. Então, decidi que tinha que ver algum destes filmes este fim de semana. Bem, no sábado não deu, logo, vou no domingo! "Mô, bora?!". "Bora Mozão!". Beleza!!!

Depois de um aniversário e de deixarmos a mãe dela em casa, seguimos para um shopping na zona sul da cidade a fim de matar minha "secura". Saímos de minha rua e pegamos a BR 101 sentido Av. Recife. Como já é um trecho mais do que conhecido (já é quase da família) seguimos no piloto automático, desviando dos buracos e desníveis da pista. É um percurso que, com prática e sem trânsito, dá pra fazer de olho fechado.

Vale dizer que, como é uma via de responsabilidade do Governo Federal, todas as obras são "um parto". Isso não é novidade para ninguém. Mas, seguindo, fomos em frente e pegamos a bifurcação à esquerda, em direção à supracitada avenida. E, para nossa surpresa, cerca de duzentos metros após a bifurcação, um engarrafamento.
Na lentidão do trânsito, começamos a nos questionar "o que porra foi que houve dessa vez?!". Eu, com toda a convicção típica dos idiotas, prolatei "deve ter sido uma porra de um motoqueiro!". Meu amor, com toda a sua "experiência", definiu a raiz do problema como sendo um caminhão quebrado, afinal, aquilo era trânsito de segunda-feira na hora do rush. Logo após um intervalo de uns dois minutos parados, no passo do elefantinho, fomos seguindo lentamente.

Acredito que todos sabem como é o passo do elefantinho. Baseado na dança do sonho de Dumbo (Disney, 1941), quando ele  e seu melhor amigo ficam bêbados, na dança, o elefantinho consiste em rebolados de um para um. Uma mexida pra direita e uma pra a esquerda e assim novamente até poder dar uns passos para frente. Foi exatamente o que pudemos fazer. Explico: com a proximidade do viaduto que fica logo após o prédio da Justiça Federal, começamos a pegar a faixa da esquerda (por causa dos buracos), depois a da direita (por causa dos buracos), depois voltamos para a esquerda (por causa dos buracos e da água acumulada), e depois voltamos para a direita (por causa de uma cratera, resquício do meteoro que aniquilou os dinossauros da Terra). Passado esse trecho entre o viaduto e o primeiro sinal da Av. Recife, como que por milagre, o trânsito começou a fluir e conseguimos ir em frente! Exatamente como no passo do elefantinho!

Minha noiva ficou impressionada com aquilo. Eu, cético, já não consigo mais me impressionar com a IMCOMPETÊNCIA da Prefeitura Municipal da Cidade do Recife. (Agora que chegou a hora de "meter o pau", temos que ter um certo cuidado. Vamos lá?)

Não estou atento ao que está se passando nas outras secretarias, ou melhor, nas secretarias que cuidam de assuntos diversos que não infraestrutura. Mas o fato é que, nessa administração, a cidade do Recife está entregue às baratas! Todos os cidadãos donos de veículos automotores da capital, esta que possui a segunda maior frota do Brasil (isso mesmo, só perdemos para São Paulo), estão revoltados com o descaso do alto escalão municipal com nossas ruas e estradas. Alguns acreditam que nosso prefeito vai ao trabalho (se é que ele trabalha) de helicóptero.

Isso por que estamos falando de uma prefeitura que tinha em seu slogan antigo a palavra “obra”. Acredito que alguém percebeu a gafe e disse "Pelo amor de Deus, tirem esse vocábulo daí! Se tem uma coisa que agente não faz é obra!". Isso só para comentar dos buracos. E quando falamos nas alterações feitas nos últimos anos, puta que pariu!!!

Não existe nada de mais absurdo em termos de engenharia de trânsito de que o final da Avenida Caxangá e a Av. Conde da Boa Vista! As alterações feitas ali revelam toda a capacidade cognitiva dos (i)responsáveis pela infraestrutura de nossa cidade. Eles dizem que criaram um corredor viário (vê, que audácia), mas a verdade é que criaram dois dos maiores gargalos viários da história da humanidade!

O camarada entra na Caxangá, pra quem não conhece, esta avenida possui via exclusiva para ônibus à esquerda, ou seja, longe da calçada da via, e, chegando ao fim dela (da avenida e consequentemente da via exclusiva), os ônibus têm que passar para a faixa da direita para poderem deixar e pegar mais passageiros na área da Benfica, onde as paradas de ônibus se encontram do lado oposto aos da Avenida Caxangá. Só isso já é o suficiente pra acabar com o trânsito da área. Mas tem mais companheiro! Aha, tem mais!

Após passar pela área da Benfica, segue-se em direção ao Derby e, logo depois do Derby, vem outro gargalo causado pela porra da reforma na Conde da Boa Vista! Os ônibus, que estão na faixa da direita têm que retornar à esquerda, pois nesta (acreditem se quiser), os carros é que gozam de via exclusiva, sendo esta composta por uma única faixa à direita da via. Ou seja: FUDEU FOI TUDO!!!

Acredito que como eles (o pessoal do partido do prefeito) dizem governar para os mais necessitados, o pensamento deles deve ser que todo rico tem carro, então bora foder quem anda de carro no Recife! Bem, se assim ainda o fosse, eu ficava calado, pois a maioria da população ainda depende de transporte público. Mas quem anda de ônibus também sofre as consequências do sucateamento da cidade.

Outro fato preponderante para o caos que está instalado no Recife é a ausência de fiscalização de trânsito. Afinal, todos os guardas municipais de nossa cidade são feitos de açúcar (logo, chuva, nem pensar né?) e, também, não podem sair de casa antes das 9 da manhã nem depois das 5 da tarde (pra evitar a fadiga).
Isso pra não falar de quando chove, né? Mas isso é papo para outro post. Falei isso tudo só pra desabafar mesmo...

Nossa querida Prefeitura conseguiu a façanha de transformar domingos de lazer em segundas de stress. Parabéns ao senhor prefeito. Espero não o ver novamente nas urnas do ano que vem!